Desejo de grávida
A vontade súbita de comer determinado alimento durante a gestação é mais comum do que se imagina
GERAL
Da redação
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A maioria das mulheres com filhos tem pelo menos uma história curiosa para contar com relação àqueles famosos desejos inesperados e, muitas vezes, bizarros que tiveram durante a gravidez. Essa vontade incontrolável aparece durante a gestação e vai desde comer sempre a mesma coisa, exagerar nos temperos e misturar doce e salgado até mastigar tijolo, cimento e pasta de dente. A atriz norte-americana Jessica Alba, por exemplo, criou um ritual quando estava grávida da filha Honor. Ela comia todos os dias um sanduíche de queijo e presunto. Após o parto, o desejo desapareceu.
Segundo Maria Rita de Souza, da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo (Sogesp), os desejos podem ter causas fisiológicas, psicológicas e até culturais e as mudanças hormonais são os maiores responsáveis tanto pelos desejos quanto pelas mudanças emocionais das futuras mamães. “As maiores alterações nos hormônios acontecem nos primeiros 3 meses de gestação. Eles são responsáveis pelos enjoos e tonturas, pela instabilidade emocional e ainda faz com que o paladar e o olfato fiquem mais apurados. Por isso ela sente aversão ou ‘vontade’ de certas comidas e até de cheiros”, explica a médica.
Foi o que aconteceu com a auxiliar de limpeza, Maria Deijane Alves, de 33 anos. Durante a gravidez de sua segunda filha, ela teve algumas vontades além da comida. “Gostava de cheirar meu marido quando ele chegava suado do trabalho. Até de tijolo eu tive vontade. Peguei um pedaço, lavei e comi”, lembra.
Alguns nutricionistas relacionam a vontade de comer terra, tijolo ou cimento com a falta de algum nutriente no organismo, como zinco, cálcio e ferro, que são encontrados nesses materiais. A médica Maria Rita afirma, entretanto, que é difícil encontrar explicação científica para isso, mas aposta nos conflitos de sentimentos. “Essas anormalidades estão ligadas a alterações psicológicas, como querer mais atenção, carinho ou suporte familiar. Quando a gravidez se dá num momento difícil ou veio de surpresa [na adolescência, por exemplo] esses desejos podem ser mais comuns. Mas é preciso ter um acompanhamento médico, pois todo excesso ou desequilíbrio não é saudável”.
Cátia dos Santos, de 20 anos, ficou grávida ainda na adolescência e passou por momentos difíceis até conseguir aceitar o que estava acontecendo. “Fiquei assustada quando descobri. Eu não queria, pois pensei que minha vida iria acabar. Veio em um momento errado tanto para mim como para o pai”, revela a jovem. Segundo Cátia, depois do susto a família deu apoio e a ajudou em tudo. “O pai da minha filha era compreensivo, principalmente quando eu tinha as minhas vontades. Uma vez fomos a uma lanchonete, misturei sorvete com suco e refrigerante e fiz com que ele provasse”, diz. Ela ainda conta que também sentiu vontade de comer tijolo, mas não teve coragem de provar.
De olho na alimentação
Os especialistas concordam que a vontade súbita de comer e beber coisas estranhas durante a gravidez é normal, mas as mulheres não devem descuidar da alimentação nesse período. O acompanhamento pré-natal também deve levar em conta consultas com um nutricionista que auxilie na prática de hábitos alimentares saudáveis.
“A gestante precisa ter uma dieta balanceada como qualquer outra pessoa. Precisa ser rica em frutas e verduras, consumir carboidratos na medida certa, evitar gorduras e doces em excesso e comer a cada 2 horas em quantidades moderadas”, explica Maria Rita de Souza, da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo (Sogesp).
A médica também alerta que a história de que a gestante come por dois é mito. Ela deve engordar proporcionalmente ao seu corpo, e isso é avaliado nos exames do pr Outra dica é comer muitas fibras e vegetais, pois durante a gestação o intestino costuma ficar mais preso. Além disso, a prática de exercícios físicos é essencial.
Colaborou: Rafaella Rizzo
Folha Universal
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